Riswynn Bludkith

Riswynn Bludkith – Jornadas Inacabadas

Riswynn é uma anã da montanha. Ela não vivia em uma mina subterrânea, esculpindo e manipulando pedras. Seu clã vivia em uma montanha ao norte do reino, chamada de “Pico das Agulhas Alvas”. Um lugar frio e coberto de neve boa parte do ano.


Recomendacao 12 anos

!!! Cuidado, esse post pode conter conteúdo não adequado para crianças e/ou menores de 12 anos !!!


Diferente de magos, que precisam estudar anos e anos para conseguir desenvolver e acessar a magia, Riswynn tinha um dom natural para invocações arcanas, algo espontâneo que foi descoberto ao acaso durante uma roda de dança quando era mais nova. Mas a magia de Rys (como era chamada pela família) dependia de um canalizador. Um instrumento musical, que foi dado por sua mãe quando ainda era mais nova.

No seu aniversário de 16 anos, sua mãe a presenteou com um violino. O instrumento era muito bem trabalhado, detalhadamente esculpido a mão. O arco era feito de madeira de ipê e crina de cavalo. Já o corpo do violino não parecia de nenhuma madeira que Rys já tinha visto e tinha um brilho intenso, que nenhuma forma de verniz natural conseguia produzir. Desde então ela treinava com seu instrumento todos os dias, ensaiando músicas que sua mãe havia ensinado e compondo peças que ela mesma escrevia.

Todos os anos havia uma cerimônia de passagem dentro do clã. Todos os membros que completavam 18 anos, durante o mais rigoroso inverno, tinham que sobreviver a uma noite do lado de fora das montanhas. Os que voltavam no outro dia completavam o rito de passagem e eram considerados adultos a partir de então. Eles aprendiam tudo o que podiam sobre como viver na montanha, como sobreviver se algo acontecesse, mas essa prova garantia que eles tinham aprendido a se cuidar sozinhos fora dos limites do seu território.

Foi no dia do ritual de passagem de Riswynn que seu mundo virou de cabeça para baixo, como uma melodia calma subitamente adquire um ritmo intenso e descontrolado. Era noite, a fogueira estava acesa, os outros anões do grupo se alimentavam da caça escassa que acabaram de conseguir. Rys tocava seu violino, uma canção própria sobre um anão guerreiro que derrotava um dragão de gelo para salvar sua amada. Ela a chamava “O último sopro do gelo” . O título caia bem para a atual circunstância. Estava frio, neve estava caindo mas o som que se aproximava não era parecido com um mero sopro.

Desde que os anões do clã “Martelo de Gelo” encontraram esse local na montanha para viver, sempre tiveram conflitos com os gigantes de gelo. Anões e gigantes nunca se deram bem historicamente. Os gigantes não haviam causado confusão desde que seu líder foi morto no último ataque a montanha, mas eles escolheram uma péssima hora para voltar. Antes que os jovens anões pudessem entender o que estava acontecendo, os gigantes já tinham derrubado dois deles. Os gigantes de gelo não usavam armadura, atacavam com enormes clavas de madeira, ou até mesmo arremesso de pedras. Eles tentaram se defender o máximo que puderam, mas não resistiram muito tempo ao ataque.

Rys via seus companheiros sendo massacrados ao seu redor, mas não era habilidosa em combate. Tentou erguer um machado duplo, mas ao tentar desferir o primeiro golpe foi arremessada a 3 metros de distância por um dos gigantes inimigos. Ao se levantar, tudo o que conseguiu pensar, foi no seu violino, seu único apego pessoal e emocional durante os últimos anos. O pegou no chão com sua mão esquerda, sua mão direita para o lado para alcançar o arco (do violino) e a sua frente um gigante de gelo pronto para lhe atacar. Sua única reação foi levantar a mão direita para se defender. O arco do violino foi tomado por um brilho próprio, uma luz dourada emitindo da mão de Rys até a ponta do instrumento. Um semi-círculo de luz dourada se formou ao seu redor, criando um campo de proteção que bloqueou a clava bem antes de acertá-la na cabeça. Foram poucos segundos até o brilho se dissipar e deixá-la vulnerável de novo. Ao olhar para cima, viu o exato momento que um virote de besta atravessava a lateral do crânio do gigante e ele caísse com todo o seu peso em cima de Rys. Ela caiu, desacordada.

Já era manhã quando Riswynn recobrou a consciência. O acampamento estava destruído. Corpos de anões e gigantes estavam espalhados ao seu redor, mas parece que os anões não tinham sido vitoriosos. Ela correu em desespero de volta para a montanha, de volta pra casa. Ao chegar na pequena vila, tudo estava destruído. Não havia mais moradias de pé. As pedras que antes formavam casas, escolas e oficinas estavam ao chão. Não haviam mais gigantes de gelo no local. Foi até sua casa em busca de sua família, mas não encontrou ninguém. Nem em sua casa, nem na vila inteira. Não haviam corpos ou sobreviventes, apenas pedras espalhadas por todo o lado.

Ryswinn voltou para o acampamento e preparou o velório de seus companheiros caídos. Ao final do dia, já havia sepultado todos. Pegou seu violino para uma última música de despedida. Ao tocar no arco, se lembrou da luz dourada que emanara na noite passada. Ainda não tinha entendido o que aconteceu. Voltou para dentro da montanha, se encolheu em um canto e dormiu aos prantos. Depois do que aconteceu, ela não cogitava dormir a céu aberto novamente.

No dia seguinte, iniciou uma busca vaga, procurando pistas ou informações sobre os outros anões do clã. Se morreram em algum lugar longe da montanha, se sobreviveram, se foram levados como escravos pelos gigantes. Durante dias nenhuma informação foi descoberta. Rys não sabia que essa busca seria mais uma jornada de conhecimento pessoal, do que encontrar sua família.

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